Postagens

Mostrando postagens de outubro, 2022

Reconstrução

  O tempo... O tempo ficou cinza. A neve se encolheu. A festa acabou e eu fiquei só.   Foi-se embora para longe. Sei que nunca mais voltará a nevar aqui. Só há o choro no rosto, onde outrora foi neve e alegria.   Fui feliz naquele tempo. Agora só há memórias da neve em meu banheiro. Mas acabou! Agora é só uma lembrança no passado. Coloco uma pedra. Olho em frente. Virei a página do livro que eu doei para o mundo. Não há mais dedicatórias. Finda a neve.   Agora sou eu e ela. Nunca mais andarei sozinho. Estou feliz com nossas vidas. O caos passou.   Com o rosto de sapientiae (de sabedoria) vejo minha vida mais reluzente.  Durmo e acordo olhando para seus sonhos. Durmo e sonho com você.   Reconstruir agora, para que a vida floresça. De novo. De novo. De novo.   Sempre de novo!!   Reconstruir!   Eu e você, minha pequena Sapientiae. Te amo.   Este texto foi escrito para você, minha pequena Sophia Maleski de Castro.   25/10/2022 às 21:07. Sou pro

Me espera - para Sophia Maleski.

Imagem
  Me espera. Eu ainda estou aqui Perdido em mil versões irreais de mim Estou aqui por trás de todo o caos Em que a vida se fez Tenta me reconhecer no temporal Me espera Tenta não se acostumar eu volto já Me espera Eu que tanto me perdi Em sãs desilusões ideais de mim Não me esqueci de quem eu sou E o quanto devo a você Tenta me reconhecer no temporal Me espera Tenta não se acostumar eu volto já Me espera Mesmo quando eu descuido (me desloco) Me desmando (perco o foco) Perco o chão (e perco o ar) Me reconheço em teu olhar (que é o fio pra me guiar) De volta, de volta Tenta me reconhecer no temporal Me espera No temporal Me espera Tenta não se acostumar Eu volto já Me espera Eu ainda estou aqui Compositores: Lucas Scholles Lima / Sandy Leah De Lima / Tiago Iorczeski

A primeira carta de um pai para sua filha Sophia Maleski de Castro

Imagem
Querida filha, você já está com 08 anos de idade. Hoje é dia 25/10/2022 e estou escrevendo aqui de Porto Velho, cidade onde você nasceu em 09/08/2014 (ano da copa do mundo de futebol). Estes dias eu te contei sobre o dia em que descobri que sua mãe estava grávida. O dia mais feliz da minha vida. Também te contei sobre o dia de seu nascimento. O dia mais feliz ainda da minha vida. E se você, mesmo assim, ainda estiver com dúvida, é só digitar no campo de pesquisa: Sophia Maleski. Eu já ensinei! Você tem uma história linda. Você tem uma HISTÓRIA linda! Enfim, muita coisa aconteceu nesses dias. Algumas boas e outras nem tanto. Mas é a vida. Saiba que o papai te ama muito e que você sempre estará perto de mim, mesmo que você vá para outro país ou até outro planeta. Esse ano você está estudando na Escola Meu Pequeno Gênio. E o ano que vem você vai morar no município de Jaru com sua mãe. Ainda não sabemos o que vai acontecer. Ainda não sei muito bem como é ficar longe de você. Mas, nunca, nu

Ausência - Vinicius de Moraes

Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto. No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz. Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada Que ficou sobre a minha carne como uma nódoa do passado. Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado. Eu ficarei só como os veleiros nos portos silenciosos

Primavera

No desabrochar da flor Surge um novo amor.

Do amor que morre, doutro amor impossível que há de vir!

Imagem
  Amor que Morre O nosso amor morreu... Quem o diria! Quem o pensara mesmo ao ver-me tonta. Ceguinha de te ver, sem ver a conta Do tempo que passava, que fugia! Bem estava a sentir que ele morria... E outro clarão, ao longe, já desponta! Um engano que morre... e logo aponta A luz doutra miragem fugidia... Eu bem sei, meu Amor, que pra viver São precisos amores, pra morrer E são precisos sonhos pra partir. Eu bem sei, meu Amor, que era preciso Fazer do amor que parte o claro riso Doutro amor impossível que há de vir! Florbela Espanca