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Lembr-ança

Sei que faz um bom tempo que não escrevo neste blog, peço-vos perdão por minha culpa, por minha tão grande culpa. Mas deixando de lado estes devaneios insesatos quero deixar claro á todos aqueles que costumam ler as besteiras que escrevo aqui, que eu não morri... estou vivo da Silva... Posso estar um pouco ocupado com todos os compromissos assumidos outrora. Isto não nos convém falar sobre este assunto tão chato. Quantas coisas se passaram em minha vida desde o último texto, mas por falta de dinheiro minha internet foi "bloqueada" e assim tive dificuldades instransponíveis para escrever em meu próprio blog. Mas agora volto a escrever com gosto de gás, tentando mediar minha vontade sem perder as rédeas de um texto conciso e sem imprecisões. Certo, então. Estamos combinados! É certo que sempre costumo falar de amores, desilusões amorosas, coisas de nossas infâncias, trabalho e outras coisas que não estou lembrado, por estar com muito sono, mesmo assim meus dedos continuar a bro

Da Cappo.

Andei pensando um dia desses se ser sozinho, significa estar só. Parece um tanto repetitivo, se pensarmos somente pelo lado semântico, porém, abrindo a possibilidade de pensar a solidão a partir dos sinuosos goles de viver sem uma companhia. Aí a estória muda. Estou ficando preocupado com isto. A convivência humana é um tanto complexa, disso todos sabemos ser verdade. Onde estão os amores de outrora? Onde estão nossas utopias de juventude? Vivi durante muito tempo na rua. Onde estão as dores dos outros? Estou envelhecendo ou o egoísmo tomou conta de meu coração. Não sei... Algo está acontecendo comigo. Minhas filosofias e teologias se foram para bem longe. Sinto um peso em minhas costas, parece uma coisa estranha, essa de não se sentir em lugar algum. Sinto uma dor que é inominável. Gosto tanto de estar sozinho, mas a minha raiva é mentirosa gostaria de estar com alguém. Só vejo a revolta nos outros, vejo ilhas e ilhas todas isoladas e interligadas por desejos inimagináveis. Um desaba

Parabéns ao amigo.

"Parabéns... Parabéns... Parabéns... Parabéns...!!!! Parabéns!!! Parabéns ao infinito. Lembra do "deus" Rogério Marques cantando desse jeito? Não? Lembra sim Diego!!! Fala sério.. Eu havia pensando em escrever um texto, um poema, fazer uma faixa lhe desejando parabéns, um lambe-lambe ou jogar pétalas de flores em cima de sua (um pouco exagerado e bem homoafetivo) casa, mas como tudo na vida as coisas são provisórias e fungíveis. Não preciso de tanto para lhe desejar muitos anos de vida, muitas felicidades, muitos anos de vida... Algo aconteceu, meus parabéns e muitos anos de vida...

Sobre o "Último Texto" in memoriam do falecido Nazareno.

Este texto se inicia com um comentário feito por uma certa "Adriana" num site qualquer de notícias eletrônicas, a certa interessada se refere aos textos do professor de redação Nazareno: "Será muito mais prazeroso ler as matérias do site sem os seus textos que muitas vezes agridem verbalmente os leitores. Mas não lhe desejo mal, simplesmente espero que quando um dia voltar a publicar seus textos, que sejam menos agressivos. Boa Sorte!"... Quanta frouchura... Eu acho que se ela conseguiu escrever isto, ela (ou será ele?) também tem talento... Tente Adriana. Avante! Convenhamos que escrever não é para poucos, já disse que muitos escrevem como eu agora. Tenho dificuldades de expressar sentimentos, minha frieza é sintomática, acho que tem a ver minha criação... minha mãe diria isso. Mas deixando os devaneios para outras horas, venho destacar em defesa da "burra" liberdade de expressão, essa tal democracia bacteriana com molho indiano que ao parar de escrever o

Papelescritoequeimado.

Verso escrito em chocolate. Verso degustado pela língua exposta ao chão. Papel escrito e queimado. O olhar sanguinário queima a vontade louca de molhar o fogo fátuo e frio. Escrito e queimado o papel molhado. A bala que fere o outro foi perdida quando saiu de minha boca. Escrito e queimado estou. Um papel molhado. Em cima da mesa a ferro e violão sem cordas. Apenas uma ponte que liga meu coração ao lugar que "Não tem nome". Fui roubado de mim mesmo. Queimado pela escrita o papel queimado foi escrita a base d'água. Em cena apenas o ator a espera de um diretor. Haja pintores para dirigir u-"madona" inteiriça. Minha barba postiça não combina. Desço a escada. A escada desçe sobre mim. O mundo gira ao contrário de meu inconsciente. Frio. frio. frio. frio. frio um sorriso no final do túnel tira o sôssego do viajante.

Refrigerante novo em garrafa velha.

Somente o tempo dirá se o que fiz noutros dias desses foi a coisa certa a fazer. Ainda sinto muito a falta sua, não sei de onde vem isso. Sinto falta de uma ausência necessária naquele momento. Aqueles foram dias ruins para mim. Eu fracassei diante de meus próprios fantasmas, havia culpa em meu olhar e um choro jorrou de tua boca em sangue e carne. Assim mesmo eu permaneço em um misto de culpa e gozo dos momentos que passamos juntos. Sei que isso não chegará a ser lido como deveria ser lido por você, não quero que sinta pena de mim. Apenas uma lágrima. Apenas uma saudade que não carece ser dita. Asculto a minha falta de sentido. Não vejo o porque trabalhar tanto. Para quê rir de tudo? Falar mal dos outros. Gozar sempre do mesmo jeito. Dos versos que escrevi para você, tenho-os todos guardados. Outros eu esqueci assim, sem mais nem menos. Assim tirei uma grande lição, tenho certeza que não voltarei a ficar do teu lado. As coisas mudaram, e mudam sempre. Dessa maneira, eu me fechei e fiq

O jorro.

Sinto um aperto desconcertante dentro de meu peito, algo me falta neste espaço que cabe o tamanho de uma mão e mesmo assim não posso chorar... não tenho mais tempo. sinto-me sozinho nesta multidão de vai-e-véns pra todos os cantos do mundo de além do Bojador, somente o abismo profundo. Aviso logo que a melancolia não pode ser lida e nem dita, ela me faz pensar no monólogo da vida de um forma distinta e irreparável. Minha dor é muito pequena não pode ser vista e nem expressa em palavras. Um poço de dicotomias e inverdade, um misto de embaraço com desilusão. De que vale a vida? de que valeria a morte, se lhe faltasse um suspiro. Sinto falta de algo que não me faz falta. Não é um corpo qualquer. Não um espírito ou um sujeito que se evade de si mesmo para fora. apenas lá fora. apenas fora de lá, um frio que passa e fica.. fica. fica. fica. fica frio.ooo... meus dentes já tocam um ao outro. sinto minha carne se desfazendo entre lágrimas nunca choradas. Tenho saudades do que perdi, tenho sau

F.T. e a teoria das esferas.

A tarde está muito quente hoje, mesmo assim dou-me ao luxo (que lixo) de dedicar um verso as nossas conversas. Eu não sei se conseguirei ao final deste texto, utilizar as palavras certas quando tiver que falar sobre tu. A gramática está cheia regras rígidas, não há como não resumir em "cem milhões de versos" que te fiz a regra nada rígida sobre o jogo de gostar de você. A convivência encobre minha ausência minúscula. As letras de teu nome são expressões númericas. Números nada complexos de se viver uma ausência necessária. Ah! Tales que de Mileto para mundo ocidental, nos legou seus teoremas e filosofemas. Um verso que estava escondido acabou de jorrar de meus dedos frios. "Em cima da cadeira só vejo sua ausência Abaixo de tua presença um sonho e uma realidade inalcansável. Um beijo nunca dado em sua boca. Uma boca que invento sempre beijos no fim da madrugada. Um trecho poético sem nexo. Um devir irremediável de tê-la em braços. Uma dor singular de sua presença sem ao

Everson: O escritor maldito

I.D. É assim que começa o verso de outrora no qual a poética se desprende de meus tecidos pouco nervosos. Eu sempre apareço como criador e criatura de versos (quase sempre) sem nexo, parece que só eu entendo o que escrevo. Costumo ficar invejado quando leio alguém que com palavras tão simples consegue expressar sentidos e sentimentos tão difusos ao conhecimento do senso comum. Invejo aqueles que escrevem com a leveza e a simplicidade do porte de um certo Diego Mendonça, as vezes com sinais tão poucos sinuosos consegue imprimir dor e alegria num gesto de pura dissimetria. Fui acusado de ser melancólico. Fui elencado entre os que deviam ser combatidos para que os jovens não pudessem ler o que escrevo. Meu sangue foi varrido das faces que a terra criou a milênios adiante. Dizem que escrevo minhas letras entre os corpos em putrefação, onde o verme já saqueia as visceras soturnamente. Quando escrevi o verso infantil intitulado "Sobre o verso da dor", me disseram que eu havia escri

Prazer em conhecê-la.

R. Érika. pintei uma tela barroca sua e esqueci de guardá-la em lugar seguro. Acordei e descobri que havia sido roubado de meu leito de sono... Como poderia alguém ser capaz de tamanha maldade contra minha individualide? Fiquei triste, mas esqueci daquela tela pintada em tempos de paz. Daí veio a guerra. Fui convocado para fazer parte do corpo militar de meu país e eu que nem sabia manusear uma arma, me vi meneado por sangue, retalhos de corpos jogados ao chão e envenenado pelos subúrbios do absurdo. Absurdo como em Camus? Acho que era quase isso. Eu fui atingido no lado esquerdo do peito. Apaguei. a consciência se foi. fui naturalizado pela morte. quando acordei eu já era outra coisa. eu não sabia mas tinha me transformado numa partícula disforme e amorfa. Chorei e pela primeira vez rezei. Quando acordei estava no meio de uma história que nem Lewis Carroll haveria de inventar, nem Alice e seu inseparável coelho que usava um relógio muito louco teriam imaginado. Estava pincelando algum

Iara e a pequena.

Aos meus filhinhos da 1ª série do Ensino Médio na qual os tenho todos em meu coração que é de carne, dedico este verso (uma brincadeira) sobre o pequeno de Iara. Pasmem Iara utiliza sempre a palavra "pequeno" pra se referir a tudo nesta vida, vejamos algumas que eu já ouvi. professor! deixa eu tomar aquela "pequena" água? e eu respondo: Tome sua "pequena" água rápido, pois uma "pequena" tarefa te espera, tá bom "pequena" Iara?!... Nestes dias Ana Carla, que por sinal é uma "pequena" menina, me pediu pra ir aquele "pequeno" banheiro, e eu pensei: Que os deuses me perdoem, onde fica este "pequeno" banheiro? Fica numa casa de boneca? O que é tão pequeno assim? Vejamos as "pequenas" pérolas científcas de meus ilustres filhinhos: Uma aluna escreveu assim na prova de história(bem na última questão): "Não sei, não consigo nem pensar e minha cabeça tá doendo por causa de filosofia e minha mão tá doen

So(PH)ia

Sempre (acho exagerado) fui apaixonado por filosofia na minha vida. Ser feio tem dessas. Nos dedicamos mais ao mundo das letras e até buscamos nos entender. Até hoje isso foi impossível pra mim. Mas assim caminha a humanidade. O sirene tocou. Tenho que voltar pra minha sela. O romântico perdeu a voz. Eis aqui a questão de hoje: Entender psicologia vai me ajudar a entender de sofia? Um PH? ou sem o PH? E minha saga continua

Hoc est meum.

Escrever é um ato sem regras. A gramática feminiliza as relações agraciadas por uma escrita sinuosa e sem tensões. Estou escrevendo agora, pois não tenho o que fazer. Está escuro aqui de onde estou. Meus pensamentos parecem tão perdulários diante da fraqueza de minhas pernas. Não posso e não quero alçar voos mais longos, deixo isso para o menino que algum dia pensou que podia mudar, mas ele não conseguiu nem mudar seus hábitos antiquissimos. Nunca fui muito bom com as letras. Um exegeta esquecido. Um deus dentro de mim, parece despertar e que dizer ao seu íntimo o quanto seu egoísmo tirou-lhe a alegria de viver. Dói muito ter perdido meu sonho naquela madrugada. Dói essencialmente meus pés. Dói como se repete aquela dor. Uma melodia com staccatos. Um contraponto. Um fim melancólico e sem graça, como naqueles filmes em que se espera tanto e no final nunca acontece nada. Baixo a minha guarda... Sou apenas quem eu sou. Fecho-me agora a todos. Como Descartes algum dia desses disse pra mim.

(...) entre aspas.

Vale lembrar que sempre escrevo as coisas fora da ordem estabelecida por meus editores, falo sobre temas os mais diversos possíveis, como viático para não entediar meus intrépidos leitores desta obra ainda em construção no qual sintetizo meus poucos pensamentos. Sou como um pintor que tenta eternizar por meios de tintas e pinceladas desconcertantes num quadro, aquilo que a vida tornará provisório e passageiro. A vida é injusta conosco, os cheiros que sentimos agora são inúteis diante da brevidade e a morte caminha lado a lado com o cheiro de flores que nunca mais sentiremos daquele jeito. Nossos relacionamentos amorosos se perdem de nossas mentes, uns poucos que ainda lembramos dos momentos de alegrias quase sempre a tristeza desbanda-se e choramos como crianças que tropeçam e levantam constantemente, até se tornarem racionalmente afeitas ao aprendizado que nos ensina que cair é apenas uma dor sentida provisoriamente. Fico pensando as vezes onde estão meus pensamentos de ontem? de que

Nas quintas-feiras.

Eu te vi pela segunda vez e não costumo me apaixonar na primeira vez e isso me leva a outro pensamento descolado da realidade aparente. Não vou escrever sobre o amor ou sobre uma paixão a terceira vista, nós apenas conversamos poucas vezes, eu sei tão pouco sobre você. Sei o essencial sobre poucas coisas na vida. Minha epopéia começou quando conheci aquele que a gestou em seu ventre tua beleza ainda escondida. Ele disse sou R. Quem era aquele R? Ele parecia tão feliz ao lado dela. Quem era eu? Ninguém. E ela? Ainda sei tão pouco. À ela dedico um verso delicado igual ao sorriso que se perdeu numa noite de sexta-feira qualquer. E eu era feliz e sabia. Hoje ela está longe. Eu lembro que fui feliz nalgum dia.Acordo da realidade. "Acredito nos deuses e me vicio em roubar teu ar. Teu ar me rouba a saliva. Tua boca roubou minha racionalidade. Não adiante ser racional quando o sentido que me bateu fez: Toc! Toc! o relógio da vóvo. Não era uma rima minha. Era um gosto amargo. Um sabor de s

Manifesto contra a burrice dos H(h)omens.

Mesmo sendo burro vou fazer um texto contra a burrice dos homens(digo homens e mulheres no sentido universal, um perfeito preconceito linguístico comumente chamado de sexismo de linguagem). É certo que a inteligência emocional da maioria das mulheres no mundo é superior a de nós meros semideuses hominis fracassadus, porém, o que tem incurtado meu in(tedio)mento nestes tempos é a incapacidade das mulheres em observar obviedades sobre a invenção de nossos sentimentos, sobre o que fazemos pra conquistar nossas fêmeas além de outras coisas inúteis que vou procurar refletir neste pequeno asco de texto. Minha reflexão se inicia a partir dos relacionamentos amorosos que começam como duas flores que desabrocham suavemente, em seguida crescem e se reproduzem quando deu fé já se transformaram em um lindo jardim do Éden. Entretanto, neste jardim os dois infantis Adão e Eva se enamoram constantemente sem medo das mediações equívocas do pecado( que nunca foi original, mais sim pirata)introduzidos p

A dona da festa.

Escuro... Escuro. Escuto um barulho no meio da escuridão e removo a pedra de minha caverna. Ela lá fora me chamava pra correr. Eu? correr? Pensei isso não era pra mim. Mesmo assim doeu muito. Eu dei um sorriso pequeno tentando esconder meus desejos e nada disfarçou meu interesse. Andamos poucos minutos e chegamos ao fim da caminhada fatigados pelos calos nos pés e eu que não gostava de caminhar pensei em desistir. Descalço, ali vesti minha roupa de missa e ela deu-me sua mão, íamos a festa juntos. Ah! que festa linda era aquela. Tantas músicas tocavam na radiola e era a primeira vez na minha adolescência que uma garota me chamava pra ir à uma festinha da escola. Enquanto o escuro se dissipava e as luzes estrabóficas acendiam e apagavam no salão da festa. teu olhar piscava como duas estrelas no universo das palavras sem significados aparentes. insignificâncias de quem só escreve pra se esconder. eu o menino feio. ela a menina mais linda da escola. era um sonho. eu aluno ela minha colega

Ciranda da Bailarina

Ela nasceu numa família de gigantes que viviam ao redor do mundo levando as flores desejantes para as crianças que insistiam em viver tristes e pelos cantos... Mas e ela? Quem é ela? Alguns a chamam de bailarina! Noutro dia vi sua mãe chamá-la de menina birrenta. "Essa menina só quer saber de dançar e cantarolar músicas aos deuses de outras terras pintadas com giz?!!!" dizia sua mãe a mim. Não me sentia nem um pouco chateado com isso. Ela sempre dançava pra mim. Éramos felizes e ninguém sabia. Havia muito amor e doçura sabedoria naquele sorriso. Suas pernas pareciam dois logarítimos estranhos.... Eles pareciam nunca se entender. Mas logo vinha uma ponta. Um pliè? Acho que era assim que ela me dizia o quanto sabia dançar na ponta dos pés.... Ela dançava muito bem lá no quintal dos meus sonhos, sonhos que eu inventei.Pintei em cores vivas só para vê-la acordar e seus sorriso dançava e dançava por entre meus dedos. Eu era feliz e sabia. Era tudo tão mágico. Como pernas que dança

Ostra feliz não faz pérola

"Ostras são moluscos sem esqueleto, macias, que representam as delícias dos gastrônomos. Podem ser comidas cruas, com pingos de limão, com arroz, paellas,sopas. Sem defesas - são animais mansos-, seriam uma presa fácil dos predadores. Para que isso não acontecesse, a sua sabedoria as ensinou a fazer casas, conchas duras, dentros das quais vivem. Pois havia num fundo de mar uma colônia de ostras, muitas ostras. Eram ostras felizes. Sabia-se que eram ostras felizes porque dentro de suas conchas saía uma delicada melodia, música aquática, como se fosse um canto gregoriano, todas cantando a mesma música. Com uma exceção: de uma ostra solitária que fazia um solo solitário. Diferente da alegre música aquática, ela cantava um canto muito triste. As ostras felizes se riam dela e diziam: "Ela não sai da sua depressão...". Não era depressão.Era dor. Pois um grão de areia havia entrado dentro de sua carne e doía, doía, doía. E ela não tinha jeito de se livrar dele, do grão de areia

Isso não é para refletir...

Rubem Alves, para quem não o conhece tenho uma dica interessante: "Vá até um dos maiores sites de busca, falo do Google,é claro que se você tiver outro melhor apenas digite "Rubem Alves", lá encontrarás referências importantes sobre esse que é um dos escritores brasileiros mais importantes da atualidade. Certo? Espero que sim. Após este incremento literário de markenting em favor de meu amigo Rubem, sinto-me à la vontè para transcrever ipsi literi um texto seu que me chamou bastante atenção dentro os muitos que ele escreveu em sua trajetória como escritor, filósofo e o "diabo à quatro"... o texto se chama "Ostra feliz não faz pérola", uma linda história de amor regada a pintadas de reflexões finas e molhadas... é claro pérolas tristes e encantadas. Sabe... Lendo os textos de Rubem, sinto muita inveja dele. Eu queria tanto escrever desse jeito e não sei como. Às vezes fico angustiado. Mas logo passa a dor e vem uma rasa alegria de poder ver operar-se m

sobre o verso da dor.

Sinto-me um abandonado de mim mesmo, uma intersecção de um "lugar nenhum" para nenhum lugar fora de hora. hora ardua de chorar o sobejo perdido. a calma de sorrir da tarde que já se foi. horas perdidas por entre cheiros imaginários. um relicário de gestos que se perderam num tempo qualquer do universo passado. a finitude do universo é seu passado humano. quando ainda andava por entre os prédios de plástico. são frases e palavras retorcidas e sem sentido algum pra quem não lê. são muitas coisas e nada a escrever. um abandonado de mim mesmo. uma sensação de solidão. um gosto amargo de ser só, sem uma nota musical que possa dar dó. dó de ver e tocar. o prelúdio que avança no esquecimento de uma dor que insiste em ser dor. dor de corno ou de ódio. dor com óleo que se esparrama pelo chão da sala que eu nunca tive. ter o óleo da cozinha esparramado pela panela de arroz que eu nunca fiz questão de aprender a fazer. dor de ser simplesmente eu. solidão de não se sentir igual a minha.

o menino e as letras invertidas.

um moço na feira dos desejos grita: vai aí um verso qualquer? com molho de brincadeira ou um beijo atrás da igreja? ecoa uma voz por entre os ouvidos... vendem-se beijos seus na feira de desejos. um menino travesso retrucou: quanto custa seu moço? e ele respondeu: não custa nada. o menino no ápice de sua alegria, nem perguntou o porquê disto. quando então o feirante respondeu: é só cantar uma melodia melancólica e esperar enquanto desabrocha um beijo de dentro daquele flor ali. e apontando por entre os galhos secos e retorcidos, o menino viu um lindo vaso decorado com figuras infantis tão simples como o orvalho da manhã... sabe-se que o menino olhou para o vaso e não vi flor nenhuma. então com raiva e assustado, o menino perguntou: onde está a linda flor que o senhor me disse que teria neste vaso? o feirante dos desejos deu uma risada e olhando para os lados, virou as costas para o menino e saiu. sentindo-se fatigado com aquela conversa estranha, o menino andou dois passos atrás daquel

90 dias ao lado da vovó Varinta.

Lembro quando eu ficava olhando minha vó costurar numa máquina de costurar da marca Singer, bem antiga, acho que tinha uma inscrição quase criptográfica devido ao tempo de uso daquela máquina que remontava a época da era industrial européia, ditando assim: “desde 1909”. Devia ser a data de criação da fábrica. Eu nem pensava nisso. Só penso agora que a máquina não existe mais e se perdeu no tempo da minha imaginação, quando minha vó Varinta costurava uns "conjuntinhos" que eu usava, hoje as crianças não usam mais essas roupas. Não sei se usam mais... Que pena. Era tão bom, usar as roupas que minha vó fazia pra eu sair na rua. Eu “desfilava” (não entendam isto por vias que não preciso acentuar, que não são) com aquelas roupas como se estivesse numa passarela de moda da SPFW, como que se o mais interessante não fosse meu corpo desinteressante e antierótico (nem pensava assim naqueles dias da minha infância, somente tenho saudades), mas sim, a maestria das mãos que fitaram cada l

E eu que só sabia dizer vovó Varinta?

E eu que só sabia dizer "vovó varinta"? Quando eu era criança, lembro de minha mãe dizendo pra mim e minha irmã Guidu (não digam esse apelido à ela, ela só gosta que eu a chame assim, promessa de escoteiro leitores?) nos esperados sábados pela manhã, que íamos pra casa da vovó Varinta. Quanto barulho na minha casa. Nós na pressa de nos arrumar pra ir ganhar o dindim de coco que minha vó fazia pra vender. Acho que ela tinha prejuízos financeiros catastróficos, nós sempre dizíamos que íamos pagar depois pra ela, mas o único dinheiro que a gente podia dar era aquele que no final da tarde, quando (...) quando minha mãe gritava ensurdecendo os animais de nossa floresta inventada, lá no quintal da minha vó tudo era bom: "Everson e Valéria! Vamos! Vão tomar banho! Pra gente ir." Eu franzia a testa com olhar que retinia um :"Tá bom, mãe! Nós já vamos! e ela retrucava energicamente: "Agora! Já pro banho! Enquanto o "Já pro banho" ressoava simpli

Na casa da minha vó Varinta é mais legal (primeira parte)

Eu sempre caminho forçado, meus pés ainda não se acostumaram a tanta dança de pés pra lá e pra cá... Oxente!!! Que pés chatos... eu esbravejo. Só sabem reclamar o tempo todo de minha insistência em fazerem-nos labutar naquela longa estrada de ontem a tarde. Assim são todos os dias de minha vida. Eu ando um pouquinho, meus pés titubeiam... Eu corro minhas pernas reclamam em uníssomo que elas não foram projetadas para correr tão desesperadamente daquela maneira. Enquanto eu caminhava naquelas tardes ensolaradas e chuvosas, eu me preparava para simplesmente roubar parte do ar que me resta nesta vida estranha. Eu penso como devo correr, sigo os batimentos do meu coração. Tive um primo meu que morreu aos 40 anos com uma dor no peito bem forte e o coração dele parou. Que os deuses não durmam neste momento. Qualquer suspeita ligue 192 para o telefone da urgência e emergência e diz que eu trabalho lá. Mande uma ambulância rapidamente. E me sinto ofegante. Ufa! Ufa! Não vejo a hora de c

Ode ao amigo.

A Diego Mendonça Tua amizade nasceu quando éramos jovens, mesmo quando eu já me debruçava entre meus desejos e sonhos à espera de um porvir que eu pensava fantástico. Oh, todos os deuses ficaram estremecidos quando nos identificamos pela segunda vez. Tu parece ter nascido de um sonho demiúrgico qualquer, das entranhas de alegrias caminhastes ao meu lado por pouco tempo. que parece sempre pouco tempo sempre. terminável. Sentamos lado ao lado. E aqui estou tentando escrever sobre quem é você... Quem é você? Não sei, mais gosto de você. Gosto de você porque gosto, não tratarei de conjunturas específicas, muito menos discutir as metodologias empregadas que utilizei para chegar a tais conclusões nada científicas. Opss.. Basta olhar pra você! Para saber de sua grandeza humana e intelectual no simples olhar seu ou nas bobagens sobre família, sexo, drogas e rock in roll.(risadas sozinho, afinal falta você pra essa besteira)... Que o Deus cristão me livre das tuas ausências, que conforte minha

Olhar.

Imagem
Tomando partindo das letras que a partir de agora pretendo escrever, admito que fiquei atônito ao ver esta foto, não simplesmente pela beleza dos olhos de quem a tirou, mas pela sensibilidade daquele olhar. Não era aquele olhar tenro dos poemas de Gabriel Garcia Marquez, muito menos o olhar de ressaca da Capitu de Machado de Assis, era algo além da mera transcendentalidade do espírito. Seria metafísico?! Exclamou o filósofo ateu, que logo foi interrompido pelo cínico que retrucava aos prantos de lágrimas: "Tire este olhar da minha frente! Ele atrapalha a minha contemplação do sol! Claro, não sem antes reclamar da realeza daquele olhar sinérgico... Conheço muito pouco da senhorita, mas deste olhar não vou pedir permissão à ela e, vou entregar-me aos siginificados de um olhar seu. Olho seus olhos e não vejo além de seu espiríto divino, aos poucos me inferiorizo, e assim, sinalizo para a parada do ônibus e ele pára. Os passageiros olham para mim e pensam consigo mesmos: "Este me

O conto do velho pintor.

Um velho pintor caminhava calmamente, já não havia mais aqueles compromissos laboriosos e incansáveis de uma juventude regada a responsabilidades, não havia pressa alguma em seus passos lentos, porém, firmes como nunca. Isso, por um instante aflingiu seus pensamentos lá pelos tantos da idade que ele tinha... pensar interrompido, quando prostrou-se diante da moeda achada pela rua e ao erguer a mão viu que havia encontrado uma moeda de apenas poucos centavos, de nada lhe servira aquele troço tosco e de valor infeliz, afinal ganhara tanto dinheiro como artista de rua e isto tornou-lhe famoso entre os círculos dos abandonados e espúrios da sociedade. E, então, permaneceu atento ao seu trajeto que percorreria até sua casa, preocupado como nunca, já que ao subir a escada que o levaria até seu quarto concretamente frio e insólito, corria um perigo diuturno ao cair e, assim, depender da senhora gorda e italiana do apartamento 213, que viúva de um homem - desconhecido a ele- certamente com um s

Noutra margem do rio: A distância.

A que distância um sentir pode estar? Em que sentido encontra-se uma distância? Não é meu desejo ser redundande, mas apenas sintetizo uma perturbação intíma. Sempre falo de minhas intimidades tão abertamente. Então não são mais segredos? Claro que não. De alguma forma, você refez o caminho percorrido por outros. Mas, enfim, apenas vou procurar entender a força inútil que exerce a distância sob duas estórias tão distintas como as nossas. Uma vez caminhávamos juntos, conversávamos sobre desejos e aspirações infantis, essas coisas hodiernas, quando, repentinamente algo me tirou a atenção(não se preocupe, você nada viu!). Era apenas um gatinho ao lado da mesa, ele parecia aspirar carinho e um pouco de leite (eu acho...) da minha parte. Não gosto de gatos, acho que isso é recíproco. Ainda bem. Mas naquele dia, o pequeno e inocente gato aconchegou-se ao lado de meu pé e dormiu. Porquê? Não deve ser culpa dele. Não era culpa nossa. E assim continuamos a conversar coisas. Lembro daquelas tarde

Peripécias.

Peço desculpas aos meus desatentos leitores, pois hoje vou recitar um verso para a senhorita B. Não quero postegar as leituras de vocês, quero apenas repousar meus dedos sob versos que pensei quando ainda era criança e não sabia como escrever. O verso se chama: "Peripécias de dois enamorados". A distância nos separou por um breve momento, não sem antes deixar cicatrizes, não sem antes encravar pregos romanos em minhas mãos. Não me abandonastes, por uma escolha sua. Me abandonastes por uma escolha do descrente destino que a levou para perto de mim. Não sem antes deixar mágoas profundas. "Não me faça sofrer mais!", grita o ditirambo quando a corda se parte ao meio. Ele cai. Se dá conta de seu sangue e chora a saudade dela. Que saudades? Ora é sangue. Ora é apenas desamor. Sinte raiva o ditirambo, pois o baile chegou ao fim. E ele? Sozinho como nunca. Saí sozinho da festa. E ela? Onde estás? Foi se embora para outro nada? Respondeu o bailarino: "Ela se foi por ent

A história contada em dois passos.

Imagine-se agora caminhando por um pequeno caminho, des ses que vemos em sonhos e filmes que assistimos numa noite de sábado. Então, perceba que ná há ninguém ao seu lado. Ao seu lado ou a sua frente, não há nada de vida... Tudo cheira sem importância. Os barulhos e balbucios dos animais se perdem no vão da floresta incendiada... Neste momento você sente uma presença estranha e se dá conta do quão inútil foram aqueles cuidados todos tomados quando ainda planejara aquela viagem sem volta. Por um monento você sente medo e deu-lhe uma vontade angustiante de correr e logo você corre. corre. corre. Não sem antes dá-se conta de olhar para trás (não se preocupe, não irás tranformar-se em uma estátua de sal como naquela velha estória contada quando eras pequena!). Cansado da rapidez de seus passos, sua respiração ofegante e o suor que transpira por sua pele você olha mais uma vez para trás, já não sente tanto medo como antes. Você já é outra pessoa. Nada de preocupações, contas á pagar ou pro

Era apenas uma manhã de um sábado qualquer.

Esses dias eu acordei com saudades dela. Não com aquela imensurável vontade de beijá-la ou até mesmo ouvir sua voz doce, somente saudades dela. Então levantei e perguntei ao meu egocentrismo vazio e sem nexo: "Porque sento saudades da senhorita B. agora? Estás ficando louco? Ela já não existe no seu mundo? Não foi embora para aquela terra distante? Então interrompendo a incredulidade de meu ego, respondi: "Cale-se! Não digas asneiras". Ela está tão próxima de mim como a última lágrima de saudade que rolou em seu rosto. Fui embora para perto de mim. Esqueci do amor por uns poucos séculos...Somente isso. Será que não vê?! Neste momento "aquele que se diz" retrucou rapidamente: "Onde está aquele belo sorriso de aurora de senhorita B.?" Eu fiquei sem palavras. Eu não lembrava mais daquele sorriso. Mesmo estando muito perto dela, sentia que ela estava tão triste. Eu ficava a observá-la pelos corredores sempre tão triste, lembrei de um verso de Florbela Esp

Reflexões de Ano Velho.

Enfim, posso finalmente voltar a escrever. Meus dedos já estavam quase perdendo a sua dignidade: as digitais. Convenhamos que escrever não é pra poucos, todo mundo escreve algo. A linguagem é algo tão extraordinário que me vejo velho entre os escombros de uma vida normal a chorar, tentando entender porque não pude escrever mais sobre a vida. Passando deste tom saudosista e caquético, vou escrever sobre uma idiotice que pensei neste final de ano. Porque comemorar natal e ano novo? Já me perguntei mil vezes sobre isso e ainda não cheguei a respostas interessantes, entao resolvi coletar algumas aqui mesmo pra ver o que meus céticos leitores acham disso. "Comemorar o natal e o ano novo é como se nossa vida mudasse drasticamente de um lado do rio pra outra margem, nos molhamos sem sair do chuveiro de casa." "Penso no natal e me vem a cabeça: o nascimento do menino Jesus. Penso no ano novo e me vem de novo a mente: Caralho! As contas que eu fiz em Dezembro serão pagas em Janei