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Mostrando postagens de abril, 2010

F.T. e a teoria das esferas.

A tarde está muito quente hoje, mesmo assim dou-me ao luxo (que lixo) de dedicar um verso as nossas conversas. Eu não sei se conseguirei ao final deste texto, utilizar as palavras certas quando tiver que falar sobre tu. A gramática está cheia regras rígidas, não há como não resumir em "cem milhões de versos" que te fiz a regra nada rígida sobre o jogo de gostar de você. A convivência encobre minha ausência minúscula. As letras de teu nome são expressões númericas. Números nada complexos de se viver uma ausência necessária. Ah! Tales que de Mileto para mundo ocidental, nos legou seus teoremas e filosofemas. Um verso que estava escondido acabou de jorrar de meus dedos frios. "Em cima da cadeira só vejo sua ausência Abaixo de tua presença um sonho e uma realidade inalcansável. Um beijo nunca dado em sua boca. Uma boca que invento sempre beijos no fim da madrugada. Um trecho poético sem nexo. Um devir irremediável de tê-la em braços. Uma dor singular de sua presença sem ao

Everson: O escritor maldito

I.D. É assim que começa o verso de outrora no qual a poética se desprende de meus tecidos pouco nervosos. Eu sempre apareço como criador e criatura de versos (quase sempre) sem nexo, parece que só eu entendo o que escrevo. Costumo ficar invejado quando leio alguém que com palavras tão simples consegue expressar sentidos e sentimentos tão difusos ao conhecimento do senso comum. Invejo aqueles que escrevem com a leveza e a simplicidade do porte de um certo Diego Mendonça, as vezes com sinais tão poucos sinuosos consegue imprimir dor e alegria num gesto de pura dissimetria. Fui acusado de ser melancólico. Fui elencado entre os que deviam ser combatidos para que os jovens não pudessem ler o que escrevo. Meu sangue foi varrido das faces que a terra criou a milênios adiante. Dizem que escrevo minhas letras entre os corpos em putrefação, onde o verme já saqueia as visceras soturnamente. Quando escrevi o verso infantil intitulado "Sobre o verso da dor", me disseram que eu havia escri

Prazer em conhecê-la.

R. Érika. pintei uma tela barroca sua e esqueci de guardá-la em lugar seguro. Acordei e descobri que havia sido roubado de meu leito de sono... Como poderia alguém ser capaz de tamanha maldade contra minha individualide? Fiquei triste, mas esqueci daquela tela pintada em tempos de paz. Daí veio a guerra. Fui convocado para fazer parte do corpo militar de meu país e eu que nem sabia manusear uma arma, me vi meneado por sangue, retalhos de corpos jogados ao chão e envenenado pelos subúrbios do absurdo. Absurdo como em Camus? Acho que era quase isso. Eu fui atingido no lado esquerdo do peito. Apaguei. a consciência se foi. fui naturalizado pela morte. quando acordei eu já era outra coisa. eu não sabia mas tinha me transformado numa partícula disforme e amorfa. Chorei e pela primeira vez rezei. Quando acordei estava no meio de uma história que nem Lewis Carroll haveria de inventar, nem Alice e seu inseparável coelho que usava um relógio muito louco teriam imaginado. Estava pincelando algum