Hoc est meum.
Escrever é um ato sem regras. A gramática feminiliza as relações agraciadas por uma escrita sinuosa e sem tensões. Estou escrevendo agora, pois não tenho o que fazer. Está escuro aqui de onde estou. Meus pensamentos parecem tão perdulários diante da fraqueza de minhas pernas. Não posso e não quero alçar voos mais longos, deixo isso para o menino que algum dia pensou que podia mudar, mas ele não conseguiu nem mudar seus hábitos antiquissimos. Nunca fui muito bom com as letras. Um exegeta esquecido. Um deus dentro de mim, parece despertar e que dizer ao seu íntimo o quanto seu egoísmo tirou-lhe a alegria de viver. Dói muito ter perdido meu sonho naquela madrugada. Dói essencialmente meus pés. Dói como se repete aquela dor. Uma melodia com staccatos. Um contraponto. Um fim melancólico e sem graça, como naqueles filmes em que se espera tanto e no final nunca acontece nada. Baixo a minha guarda... Sou apenas quem eu sou. Fecho-me agora a todos. Como Descartes algum dia desses disse pra mim.