A polonesa dos trópicos
Olho.Azul.Olho.Azul? Olho o azul ou é o azul que me olha e me transpassa? Ou são as velas que atravessam perigosamente a quebra do mar azul? Azul! Azul! Um pedaço de barulho cai em noite polonesa. Lá na Polônia é muito frio. É frio a noite. É frio a tarde. É frio quando não estou na Polônia. Nunca pensei sobre o frio, porque o calor da Polônia é tão intenso que chega a assustar até a própria noite. Não deixa dormir nem a polonesa e nem um país inteiro dos poloneses, porque sendo insistente e lancinante como o frio dos trópicos, acaba os deixando com a garganta inflamada. A polonesa acordou com a garganta inflamada. A polonesa e a Polônia são agora coisas tão azuis quanto diferentes. Quantas diferenças entre o olho azul e o olhar azul. O olho azul. Apenas o olho que pode ser tudo e o eterno de tudo. O olhar azul é o olho que tudo vê, mas só enxerga o que está escuro. No escuro do meu quarto eu penso que a Polônia inteira, um país inteiro dorme ao meu lado. Dorme e acorda na terra das á