Bravhlu.


Para início de conversa, esclareço que estes dias passei por uma situação bastante complicada em minha vida normal, situação esta que não irei entrar em detalhes aqui, pois pretendo esquecê-la o mais rápido possível. Então escolhi assim, que seria melhor "deixar que os mortos enterrem seus mortos". É melhor. É melhor. É melhor. Egoísticamente eu sempre achei, desconfio que igualmente a "quase" totalidade dos seres que pensam a sua própria existência, que sempre teria razão sobre a maioria dos assuntos, afinal, nos poucos livros que li nessas quase duas décadas de vida, sempre achei questionamentos e respostas sobre "quase" tudo, dos mais variados assuntos, que vão desde sexo até religião. Sim, até aqui tudo bem. A questão não é tanto esta. Ela ainda virá à tona.

E quando algum fato, nada extraordinário, até muito simples posso dizer, acontece com você que te deixa tão sem... Respostas imediatas? Pois é. Isso aconteceu comigo. Menti pra você, na primeira vez que te escondi. Escondi e me escondo não pelo simples fato que você não venha a aceitar-me nas estranhas de teu sorriso. Não que teu sorriso, essa metáfora da brisa pela manhã num dia de domingo, seja a viva carne (em carne viva) da esperança que se renova a cada dia... Não que tuas palavras sejam o caminho a percorrer, caminho que "talvez" me leve até sua alma. Digo "Não", simplemente com vontade de negar. Mas, confesso, estou com muito medo. Nunca tive tanto medo asssim.

Nunca fui tão covarde como ontem. Eu preciso estar errado. É necessário. Só pode ser engano meu, só pode ser um lapso de engano.
Na última passagem em que vi "minha senhor" no espaço sacro da vida, eu somente a minha senhor observei, mas como o lobo a espera de uma presa, mais como aquele que esperançosamente gostaria de ver que um sorriso-estelar passasse sobre minha cabeça. Um asteróide-beijo. Um beijo que passasse tão devagarmente, que eu pudesse até tocar. Pode ser, eu sei disso. Pode ser somente um devaneio, infantil, um somente com gosto de uma estranheza que veio da minha velheza, que tanto me enfraquece.

Nasci quando o universo inteiro ainda nem planejava a cartografia que teria seu universo. Morri antes. Morri antes de teu nascimento. Morri como um profeta pobre e que nunca será lembrado, sem nunca ter conseguido preparar o caminho que seria trilhado pela deusa indiana Bravhglu.
O que aprendi uma vez, uma vez somente, é que sempre que eu escrevesse algo, deveria deixar bem claro aos outros sobre que assunto e a quem eu estaria me dirigindo, o tal "canal de comunicação".

Entretanto, esta regra foi quebrada por mim bem no início deste texto, o canal foi fechado. O rio que comanda a vida permanece revolto, permanece distante, permanece inexistente na letra morta do poema. No poema que não pode ser escrito, porque seu objeto desejante não está ali. Não está ali. Não está ali. Não está em lugar algum.


Sei que você, talvez pouco tenha intedido, ou talvez nada, mas lhe digo, que mesmo você, hoje estando longe de mim, estando mais perto dos homens, continuará sendo o meu desejo prefirido em noites de sorriso sacro e que a música que nos une por pouco tempo, mesmo nos separando um dia, um pedaço de mim ficará guardado provisoriamente em teu ser "que ainda será" a grandeza da princesa Bravhlu.
Princesa Bravhlu a te dedico todo o meu louvor e adoração.

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