Noutra margem do rio: A distância.
A que distância um sentir pode estar? Em que sentido encontra-se uma distância? Não é meu desejo ser redundande, mas apenas sintetizo uma perturbação intíma. Sempre falo de minhas intimidades tão abertamente. Então não são mais segredos? Claro que não. De alguma forma, você refez o caminho percorrido por outros. Mas, enfim, apenas vou procurar entender a força inútil que exerce a distância sob duas estórias tão distintas como as nossas.
Uma vez caminhávamos juntos, conversávamos sobre desejos e aspirações infantis, essas coisas hodiernas, quando, repentinamente algo me tirou a atenção(não se preocupe, você nada viu!). Era apenas um gatinho ao lado da mesa, ele parecia aspirar carinho e um pouco de leite (eu acho...) da minha parte. Não gosto de gatos, acho que isso é recíproco. Ainda bem. Mas naquele dia, o pequeno e inocente gato aconchegou-se ao lado de meu pé e dormiu. Porquê? Não deve ser culpa dele. Não era culpa nossa. E assim continuamos a conversar coisas.
Lembro daquelas tardes em que passamos e não tenho saudades. Guardo cada toque seu, palavra fora do lugar, sobejo de um carinho e inclusive quando falavas de outros que a magoaram. Mesmo assim eu continuava a ouvir atentamente cada lágrima e dor que exalava de sua pele. Afinal pra que servem os inimigos, não é verdade?
"Mesmo estando muito perto de seu julgo abrasador." disse o poeta outro dia. Eu continuava a estar ao seu lado por momentos breves, lapsos sinuosos e entregues ao esquecimento seu. Mas tudo bem. Quem era eu? Quem sou eu? Como no poema de Campos: "Não sou nada. Nunca serei nada." Não há nada do pessimismo de Shopenhauer nisto. Apenas um gesto desatento. Apenas um beijo nunca dado. Um abraço confortante.
Vi e ouvi lágrimas suas que vingaram e rolaram por entre os montes de segredos seus revelados a meus olhos.Você dizia sentir vergonha. Mas, porque? Seria eu digno de tamanha confiança sua? Supondo que estaria eu preparado para sua ida, não sabe o quanto menti quando quis sua ida. Sem volta? Tenho certeza que não. Você se foi. Sem volta? Não sei. Nem quero saber. Dói mais saber que não vai voltar.
Mas a distância, apesar das dores e inconvenientes também existem coisas boas a se pensar. Penso todos os dias em você e guardo a noite para obrigar-me a sonhar contigo ao meu lado. A distância não é algo físico, muito menos fruto de uma operação algébrica. A distância é, a semelhança de um pássaro que migra em busca de alimento, a vontade insana da sobrevivência de um ser.
A que distância estou da margem do rio?
Eis a questão.
Uma vez caminhávamos juntos, conversávamos sobre desejos e aspirações infantis, essas coisas hodiernas, quando, repentinamente algo me tirou a atenção(não se preocupe, você nada viu!). Era apenas um gatinho ao lado da mesa, ele parecia aspirar carinho e um pouco de leite (eu acho...) da minha parte. Não gosto de gatos, acho que isso é recíproco. Ainda bem. Mas naquele dia, o pequeno e inocente gato aconchegou-se ao lado de meu pé e dormiu. Porquê? Não deve ser culpa dele. Não era culpa nossa. E assim continuamos a conversar coisas.
Lembro daquelas tardes em que passamos e não tenho saudades. Guardo cada toque seu, palavra fora do lugar, sobejo de um carinho e inclusive quando falavas de outros que a magoaram. Mesmo assim eu continuava a ouvir atentamente cada lágrima e dor que exalava de sua pele. Afinal pra que servem os inimigos, não é verdade?
"Mesmo estando muito perto de seu julgo abrasador." disse o poeta outro dia. Eu continuava a estar ao seu lado por momentos breves, lapsos sinuosos e entregues ao esquecimento seu. Mas tudo bem. Quem era eu? Quem sou eu? Como no poema de Campos: "Não sou nada. Nunca serei nada." Não há nada do pessimismo de Shopenhauer nisto. Apenas um gesto desatento. Apenas um beijo nunca dado. Um abraço confortante.
Vi e ouvi lágrimas suas que vingaram e rolaram por entre os montes de segredos seus revelados a meus olhos.Você dizia sentir vergonha. Mas, porque? Seria eu digno de tamanha confiança sua? Supondo que estaria eu preparado para sua ida, não sabe o quanto menti quando quis sua ida. Sem volta? Tenho certeza que não. Você se foi. Sem volta? Não sei. Nem quero saber. Dói mais saber que não vai voltar.
Mas a distância, apesar das dores e inconvenientes também existem coisas boas a se pensar. Penso todos os dias em você e guardo a noite para obrigar-me a sonhar contigo ao meu lado. A distância não é algo físico, muito menos fruto de uma operação algébrica. A distância é, a semelhança de um pássaro que migra em busca de alimento, a vontade insana da sobrevivência de um ser.
A que distância estou da margem do rio?
Eis a questão.
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