Diário de um futuro pai: Eu, pai de uma menina: E por falar em Sophia...
Bom escrever
para você não está sendo uma das tarefas mais fáceis na minha vida, talvez eu
até nem consiga chegar ao final, mesmo assim prometo um esforço descomunal,
somente para falar com você, Sophia Maleski de Castro, que ainda não sabe me
chamar de pai, mas tenho certeza que sua sensibilidade já deve ter compreendido
o quanto eu e sua mãe te esperamos.
Primeiramente
Sophia, digo que a primeira vez que a vi, você, apenas um conglomerado de células
bem juntinhas, ainda coladas na parede do útero de sua mãe, foi uma decepção
enorme para mim, algo sem precedentes na minha história. Calma, sem
prejulgamentos. Eu já explico a “decepção”, continue lendo. Mesmo sendo um
curioso irrepreensível, eu previamente fiz uma avaliação: Certo, nós vamos
fazer a primeira ultrassom, daí a criança vai estar lá, corpo formado, cabeça,
digitais e tudo que um ser humano tem direito! Não! Idiota! Não diga besteiras!
Na verdade, não disse nada para ninguém. Depois confesso que deu muita vergonha
perceber que havia cometido um erro tão crasso como esse, pensar que a criança
estaria formada com algumas poucas semanas de gestação. Então Sophia, por
favor, me perdoe por eu ter sido hard
ansioso, pode ser? Seu sorriso juvenil disse tudo! Vou considerá-lo como um
alento paterno.
Depois disso
Sophia, quando eu e sua mãe, ansiosos de primeira viagem, ainda não sabíamos
que você seria menina, sonhávamos com as cores do seu quarto, suas primeiras
roupinhas, se nasceria no inverno ou no verão, além de outras coisas, consideradas
indispensáveis para a sua sobrevivência dentro de nossa família. Importante que
você entenda, e talvez agora você seja capaz de compreender, que nossa família é
bastante grande, e isso mostra o quanto você foi planejada, esperada, amada por
todos, inclusive por nossos amigos. Ah! Sabe seu padrinho de batismo Diego
Mendonça, meu amigo de muitos séculos? Ele ficou tão feliz quando eu o convidei
para tomar parte na honraria sacramental. Falando nisso você tem o mesmo nome
da sobrinha desse seu padrinho.
Aí chegamos às
famosas “24 semanas de gestação” e até ontem (29/04/2014) entre 15h30 a 16h00
ainda nós, e quando digo isso, refiro-me a “todos os familiares e amigos”, não
sabíamos o sexo do bebê. Chegamos à cidade de Rio Branco-AC, só lembrando minha
pequena que nessa época nós morávamos no Distrito de Extrema, na fronteira de
Rondônia com o Estado do Acre, na clínica do Dr. Edward ás 15h30 para fazer a
chamada ultrassom morfológica que me custou o valor de R$ 350,00. Entramos na
sala para o bendito exame, o médico com forte sotaque peruano ou boliviano pediu
que sua mãe deitasse na maca e foi nesse momento em que, após colocar o
aparelho que faz a “leitura” da barriga, a vi pela primeira vez. Fiquei
estarrecido quando o médico disse: “Olha papai e mamãe vocês vão ter uma menina”.
Sinceramente na hora eu quis sair correndo dali, pulando de alegria. Mas tive
que continuar ansioso e com frio também, o ar que saía da central de ar estava
me incomodando. Vi e venci. Estava ali perto de mim, seu rosto, seu primeiro
sorriso, suas mãozinhas e pezinhos perfeitos, átrio esquerdo e direito e suas
quatro cavidades funcionando normalmente, enfim, estava tudo bem, sua saúde
estava perfeita.
O exame chega
ao final e o rosto rosado de sua mãe reflete uma alegria estonteante, lembrei-me
da primeira vez que a vi. Tomei um copo d’água, respirei e pensei: “Será que eu
serei um bom pai?”. Saímos dali, ainda olhei para trás para ver se você não
tinha ficado sentada na cadeira do médico. O que para minha foi uma alegria ao
provar o contrário, era apenas um devaneio do pai que te ama, muito antes mesmo
de tê-la conhecido. Você não tinha ficado lá, estava aqui do meu lado,
protegida, cingida pelo líquido sagrado da esperança. Da vida que se renova a
cada choro nascido e plantado na alegria.
P.S. Eu já ia esquecendo
minha filha Sophia, seu nome está com PH porque foi escolha de sua mãe, tudo bem?!
E outra coisa, desculpe os erros de grafia e concordância, estou escrevendo
para você minha filha que tanto amo. Então desconsidere os erros. Obrigado!
Escrito por
Everson Rodrigues de Castro no dia 30/04/2014 às 20h11, com certeza deve ser
mais tarde, pois o relógio do computador está atrasado, mas valeu pela data.
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