Diário de um futuro papai: Um vestido para Sophia.
Uma
leve brisa resfolegava no rosto da menina Sophia, tarde para sonhar com carinho
e cedo para lembrar-se da tarefa da escola. Não tem jeito essa menina, fica
andando de lá para cá, serelepe como sempre, nasceu assim, entre brincadeiras e
balas de coco, era só assim que ela sabia ser feliz.
Mas
um belo dia, algo mudou a vida de Sophia, caminhava, como não fazia há tempo,
pelo fundo de seu longínquo quintal materno, ia com medo de escorregar e cair.
Esfolar o joelho doía muito e mesmo com a especialidade para curar meninas de
sua mãe chamada Neve, isso seria muito torturante. Ai! Já pensava Sophia.
Enquanto isso a árvore mais alta do universo, que dobrava a esquina de tão
grande, ia caminhando ao lado de Sophia, como se soubesse que algo iria
acontecer, como se antecipasse ao milagre da vida. E Sophia, como uma
desbravadora de tesouros de algodões doce, apenas sorria para o Pássaro
Viajante que a advertia sobre andar sobre os sonhos de outras crianças, mesmo
assim Sophia nem ligava, fingia que não era com ela.
Ao
chegar ao portão que dava para o fundo do jardim, Sophia parou, olhou para
todos os lados cardeais e pensou que voltar seria sua melhor escolha, todavia,
ao ir embora desse pensamento, Sophia ultrapassou o portão e deu de cara com
uma caixa azul, bem pequena e um laço rosa, na qual estava escrito “Para
Sophia”. Como Sophia era dada a esquecer, percebeu que tinha acabado de
esquecer o medo. Penso que talvez, Sophia, por ter nascido de um ventre todo em
neve, trouxe em seu DNA a força de suas avós, gente grande, mas com o coração
de criança. Já com a caixa em mãos,
Sophia, por curiosidade, a abriu. Para a sua surpresa não havia nada dentro,
apenas uma frase escrita num pedaço de papel pequeno: “Sophia, seja bem vinda”.
Ela olhou, olhou novamente e olhou mais uma vez, para ver se descobria o que
aquilo poderia significar. Um tanto decepcionada, mas satisfeita por ter posto
um fim a sua curiosidade, Sophia saiu correndo, como sempre fazia, porém ao
chegar perto do “Riacho das Tias”, ela escorregou e foi parar dentro do riacho,
toda molhada pela água da espera, Sophia apenas sorriu.
Saindo
das águas límpidas do Lago da Esperança, Sophia percebeu que sua roupa tinha
mudado de cor, a textura do tecido parecia diferente, somente o tamanho lhe era
igual, em outras palavras, mudou de vestimenta sem saber porquê. Atravessou o
quintal correndo como um raio e acordou. Abriu seus olhos e viu sua tia
Montanha Pico de Neve lhe entregando de presente um vestido rosa e um chapéu
lindo. Sophia agradeceu e percebeu que na etiqueta do presente estava escrito
“Sophia, seja bem vinda”. E assim ela entendeu sua primeira lição de amor.
Para minha filha Sophia Maleski de Castro, pelo seu
primeiro presente da tia Geise Maleski Cargnin.
Distrito de Extrema, 07 de maio de 2014 às 17h35 .
“Bom minha filha Sophia, este texto foi escrito
para você não esquecer de seu pai e muito menos sua mãe Giselen Maleski Cargnin.”
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