Cristina: A culpa continua sendo dos pombos-correios!

Cristina, já que os pombos-correios (como sempre) ainda não chegaram aí em tua casa manauense, achei por bem compartilhar um trecho interessantíssimo de um livro de filosofia que estou lendo por estas horas aqui no distrito extremense.

Nossa! Estou com uma mania de superlativo agora, viu? Aconteceu algo comigo hoje? Estranho isso. Esquece isso, senhorita Cristina, foi apenas um devaneio comum que jorrou de meus velhos pensamentos. O que acha dessa palavra: DEVANEIO? Eu já havia utilizado esta palavra em outros poemas que eu mesmo havia escrito, mas nunca a tinha observado da maneira como meu amigo filósofo Bachelard escreveu neste trecho de seu livro "A poética do Devaneio" e aí vai um trecho, se quiser pode ler depois...

Mentirinha pequinina... Leia agora, vai ser rápido, juro. Agora sim:

"(...) Ainda existem almas para as quais o amor é o contato de duas poesias, a fusão de dois devaneios. O romance por cartas exprime o amor numa bela emulação das imagens e das metáforas. Para dizer um amor, é preciso escrever. Nunca se escreve demais. Quantos amantes não correm a abrir o tinteiro mal chegam de seus encontros amorosos! O amor nunca termina de exprimir-se e se exprime tanto melhor quanto mais poeticamente é sonhado. Os devaneios de duas almas solitárias preparam a doçura de amar. Um realista da paixão verá aí apenas fórmulas evanescentes. Mas não é menos verdade que as grandes paixões se preparam em grandes devaneios. Mutilamos a realidade do amor quando a separamos de toda a sua irrealidade." (BACHELARD, Gaston. A Poética do Devaneio. Martins Fontes, São Paulo, 2006, Coleção Tópicos.)

O que achou Doutora Cristina? Interessante, né? E espero que tenha gostado de lê-lo, na verdade ler o texto é só um pretexto para que tu penses em mim. Porque mesmo que não queira eu continuo pensando em te.

Para Samara Cristina Ralile com carinho.

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